A Síndrome do Jaleco Branco, também chamada de iatrofobia, é caracterizada pelo medo irracional que alguns pacientes têm do contato com qualquer coisa relativa ao ambiente hospitalar — seja dos profissionais, seja dos instrumentos utilizados nos procedimentos. Saber como tranquilizar esses pacientes e ajudá-los a enfrentar a sensação de desconfiança é fundamental para manter os cuidados e o bem-estar das pessoas. Por isso, profissionais da saúde precisam estar atentos a algumas técnicas que podem ajudar a enfrentar uma situação desse tipo. Neste post, vamos explicar algumas características da síndrome e dar dicas para ajudar você a lidar com esses pacientes. Acompanhe e saiba mais!
Para começar, é importante visualizar a Síndrome do Jaleco Branco como um tipo de fobia. Ou seja, trata-se de um transtorno de ansiedade, no qual um indivíduo sente um medo exacerbado de algo que parece ser uma ameaça, ainda que isso não aconteça de forma racional ou consciente. Por esse motivo, os sintomas clássicos estão relacionados às manifestações da ansiedade no corpo, causadas pelo Sistema Nervoso Autônomo. A seguir, confira alguns sinais comuns.
Essa é uma das formas mais tradicionais de identificar a Síndrome do Jaleco Branco. Nesse caso, o paciente costuma apresentar sinais de hipertensão apenas quando se encontra em um ambiente hospitalar — clínicas, ambulatórios, consultórios — ou quando está de frente para um profissional de saúde — geralmente, vestido com os trajes comuns, como o jaleco branco. No entanto, em outras situações, os níveis de sua pressão arterial são considerados normais.
O suor excessivo é comum nos momentos em que uma pessoa está passando por uma situação muito estressante. No caso de quem tem essa fobia situacional, a sudorese é outro sinal frequente.
O estresse faz os indivíduos tensionarem os músculos de forma involuntária, em especial os que são localizados em volta do pescoço. A posição do corpo também se torna estática e a postura fica visivelmente desconfortável ou tensa.
Algumas pessoas começam a tremer quando estão em uma situação que causa ansiedade. Quem tem iatrofobia pode ter o seu medo manifestado por meio desse sintoma, sobretudo quando é examinado por um médico ou tem contato físico com enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas, entre outros profissionais.
Em casos mais graves, o paciente começa a passar mal, sentindo náuseas ou tontura. Isso provavelmente se deve ao fato da variação da pressão arterial e do fator psicológico ao enfrentar essa situação.
Qualquer pessoa é passível de sofrer da Síndrome do Jaleco Branco, independentemente da faixa etária. No entanto, esse comportamento é mais comum em indivíduos que tiveram um evento traumático relacionado ao atendimento médico ou ao ambiente hospitalar. Esse evento traumático pode ter sido desencadeado por algo simples, como ter tomado uma injeção na infância sem entender o motivo, ou por situações complexas, como ter sofrido um acidente e se recordar apenas de acordar no hospital. Há casos nos quais a pessoa desenvolveu essa síndrome ao acompanhar algum ente querido no hospital. Indivíduos com parentes que tiveram doenças terminais, por exemplo, e fizeram visitas no ambiente hospitalar, podem associar esse espaço ao sofrimento ou à lembrança de luto. Pacientes recém-diagnosticados com alguma patologia, como o câncer, também tendem a apresentar reações negativas ao visitar hospitais, por terem medo da doença e relacioná-la a esse ambiente e aos seus profissionais. Todas essas reações são geradas pela sensação de medo, dor e até morte, geralmente provocada pelo inconsciente. Por isso, é algo bem complexo de identificar e impossível de generalizar. Cada pessoa vai ter uma determinada resposta diante de uma situação, tendo ou não iatrofobia.
Um profissional da área da saúde tem um papel essencial para ajudar o paciente a enfrentar essa problemática. Existem algumas medidas que amenizam os sintomas da Síndrome do Jaleco Branco e que podem ser testadas. Novamente, cada pessoa reage de uma maneira, então essas práticas podem não ter efeito com todos os pacientes. Respeitar a individualidade é o primeiro passo para ajudá-los. Veja a seguir algumas atitudes a serem tomadas.
A relação médico e paciente, por muito tempo, foi impessoal. Entretanto, devido à tendência e à necessidade do atendimento humanizado, isso vem mudando. Um exemplo é o contato descontraído. Essa atitude ajuda o paciente a se lembrar de que o profissional da saúde é apenas uma pessoa, assim como ele, tornando a sua visão do médico também mais humanizada. Portanto, caso note um nervosismo da parte do paciente, tente conversar sobre outros assuntos, perguntar sobre a vida da pessoa, fazer leves brincadeiras, se sentir espaço para tal, entre outras ações, antes de ir direto para a consulta.
Se é o ambiente hospitalar que causa ansiedade no indivíduo, por que não procurar outro lugar para fazer a consulta? Atender o paciente em casa pode ser uma solução prática ao problema. Além disso, o home care é uma tendência em expansão, sendo procurada por muitas pessoas.
Às vezes, apenas o contato presencial é o suficiente para provocar a fobia do paciente. Sendo assim, vale a pena experimentar alternativas, como as consultas online, a fim de manter os diálogos sem a necessidade e contato físico.
Outra dica importante é ajudar o paciente a relaxar. Ensinar algumas técnicas de respiração e alongamento antes de iniciar a consulta é uma forma de aliviar os sintomas da ansiedade e permitir que ele sinta menos medo.
Uma das principais consequências da síndrome é que ela faz o paciente negligenciar a própria saúde, pois a ideia de ter contato com hospitais, consultórios ou clínicas é apavorante. Por esse motivo, tratar a síndrome é de enorme importância para garantir o bem-estar das pessoas, evitar a automedicação, fazer diagnósticos e tratamentos antes da complicação de uma doença, entre vários outros motivos. Prestar atenção nos sintomas da Síndrome do Jaleco Branco e saber lidar com pacientes que apresentam esse transtorno é fundamental para que os profissionais ajude-os a tratar o problema e, assim, manter os cuidados com a saúde em dia. Achou este post interessante? Se sim, então assine nossa newsletter e fique por dentro das novidades do nosso blog!
Categorias:Institucional
Cadastre seu e-mail para receber informativos e novidades sobre a faculdade e sobre os cursos.
Comentários