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Segundo dia do 5º CBEE: Fique por dentro

No segundo dia do 5º CBEE contamos com grandes nomes da enfermagem nacional abordando diferentes especialidades dentro da enfermagem.

Segundo dia do 5º CBEE: Fique por dentro

Continuamos com o segundo dia do 5º CBEE! Em suma a programação de hoje contou com palestras e apresentações de artigos científicos.

Continue lendo para conferir o que foi abordado em cada Palestra.

O Especialista Futuro Chegou: Enfermagem em Práticas Avançadas e sua Importância para o Enfermeiro

Ministrada pelo Dr. Carlos Leonardo, Coordenador da Comissão de Práticas Avançadas em Enfermagem do COFEN e Doutor em Saúde Coletiva. Primordialmente sua apresentação iniciou explicando como o Brasil é um país com muitas particularidades, desse modo possuindo discrepâncias regionais históricas, e isso repercute na distribuição dos profissionais de enfermagem e serviços de saúde no Brasil.

Posteriormente levantou um questionamento sobre o que poderia ser feito para melhorar o acesso dos serviços de saúde no Brasil. Sobretudo apontou que atualmente, a legislação brasileira é norteada para o trabalho do enfermeiro na atenção primária à saúde.

Então, O que são práticas avançadas de enfermagem?

Em síntese são habilidades complexas na tomada de decisão e competências clínicas para a prática expandida, cujas características são moldadas pelo contexto e/ou país em que ele/ela é credenciado para a prática. Desta forma o enfermeiro de práticas avançadas, é um profissional que integra teoria, prática, ensino, pesquisa, liderança e gestão.

Inegavelmente a implantação das práticas avançadas de enfermagem é importante para a ampliação do acesso da população aos serviços de saúde, sobretudo o  aumento da cobertura.

Nesse ínterim falou sobre as práticas avançadas nos outros países. Bem como estudos que apontam evidências de altos índices de satisfação dos usuários em relação aos cuidados prestados por EPA - enfermagem em práticas avançadas. Por conseguinte ressaltando que EPA não se limita a atenção primária, por certo sendo capaz de reduzir a depressão, incontinência urinária, entre outros.

A Comissão de Práticas Avançadas foi criada pelo COFEN, no ano de 2016.

Conclui sua palestra indicando o livro Interpretação de Exames Laboratoriais na Prática do Enfermeiro, e falando sobre o que devemos esperar da prática avançada de enfermagem: Uma enfermagem forte, empoderada profissionalmente, valorizada socialmente com reconhecimento da sua competência técnica e com regulação profissional.

Adoecimento Ocupacional na Enfermagem: Como Diagnosticar? Como Enfrentar? Como Superar? Enfrentando a Vulnerabilidade com Poder.

Esta palestra ficou por conta da enfermeira fiscal do COREN-SP, Viviane Camargo, que também é membro da Força Nacional de Fiscalização do COFEN e da Câmara Técnica de Atenção à Saúde do COFEN.

Inicialmente, falou da importância de discutir quais são os métodos que podemos usar para enfrentar o adoecimento da enfermagem. O interesse de Viviane sobre assunto partiu da sua vivência, ao presenciar o adoecimento de suas colegas de profissão em seu primeiro emprego.

O ministério da saúde informa que as profissão ligadas a assistência estão mais sujeitas a doenças mentais. Isso acontece porque além de lidar com a dor, sofrimento, tristeza e processo de morte, exigências dos familiares, o enfermeiro também lida com excesso de trabalho, baixos salários, condições precárias de trabalho e com a falta de reconhecimento.

Mostrou que o adoecimento dos enfermeiros é é discutido há muito tempo, mas nada muda. Sobretudo porque desde 1997 existem referências sobre o adoecimento dos enfermeiros. Apesar disso, ainda não existem mudanças significativas no cenário.

Falou sobre os estágios do suicídio. E de como é preciso estar atento à ideação do suicídio para atuar no intuito de prevenção.

Dados sobre o suícidio

A OMS mostra que 90% dos casos de suicídio seriam evitados se as pessoas tivessem apoio emocional. Por isso, Viviane Camargo ressaltou que é importante, para o profissional de enfermagem, se atentar principalmente aos colegas de profissão, e não se limitar somente aos cuidados dos pacientes.

Trouxe tabus, de mitos e verdades, levantando questionamentos como "quem ameaça nunca faz" (sobre o suicídio) "falar sobre o suicídio estimula o ato". Reforçando a importância de discutir esse tama com responsabilidade e a necessidade de atenção constante aos sinais de alerta. Principalmente porque algumas pessoas demonstram sinais de forma bem clara, mas há aqueles que mascaram os sentimentos e tentam levar uma vida normal.

Viviane também citou o perigo do efeito contágio causado pelas mídias sociais. E continuou com a mensagem reforçando que é possível prevenir o suicídio, e que cada um de nós podemos ser a pessoa que vai fazer a diferença, evitando mais uma fatalidade.

Indicou o CVV como alternativa para quem precisa de ajuda. Pois o diálogo é uma maneira de reduzir o risco do suicídio.

Finalizou falando sobre como é importante a busca de ajuda para si mesmo, pois para podemos cuidar de outras pessoas, precisamos estar bem acima de tudo.

Construindo um Perfil de Competências para o Enfermeiro Especialista em Anestesia

Ministrada pela MSc. Cláudia Regina Laselva, que também é gestora da Clínica Médica Cirúrgica do Hospital Israelita Albert Einstein.  

A palestra foi iniciada abordando o projeto do enfermeiro de práticas avançadas na Anestesiologia. O início da história da enfermagem nessa especialidade ocorreu no século 19, quando durante a guerra civil havia escassez de anestesistas.

A palestrante chamou a atenção sobre a importância do engajamento político dos enfermeiros para conquistar mais espaço nessa área de especialização. Com o intuito de facilitar o acesso aos pacientes e melhor atendê-los.

Com a atuação do enfermeiro na anestesia surgiu a necessidade de estabelecer padrões nessa área de atuação. Por isso o IFNA - ICN ficou responsável por estabelecer os padrões dessa prática, definindo as competências necessárias, você pode acessar o documento completo aqui.

Durante a sua apresentação, Cláudia comentou sobre atuação do enfermeiro no Brasil, informando que muitos enfermeiros já participam da avaliação clínica e do critério de risco, da garantia e continuidade da assistência de enfermagem do paciente, e inclusive dão apoio ao anestesista, fazendo o gerenciamento da dor no paciente.

Oportunidades na área

Nesse cenário, existem muitas oportunidades nessa área. São elas: validar as competências propostas pela IFNA para o português, desenvolver um programa de capacitação para as competências relacionadas, e também aprimorar essa formação desde a graduação.

Cláudia ressaltou também que a abordagem do cuidado de enfermagem é muito mais abrangente, focando não só na doença, mas em toda a saúde, incluindo a família e pensando no bem-estar.

Nós não estamos aqui para tomar o lugar de ninguém, estamos aqui para lutar pela especialização dos enfermeiros no sentido de ter a melhor qualificação para fazer parte da equipe multidisciplinar de anestesia.

Especialistas que Conduzem a Vida: O Universo do Enfermeiro Obstetra

MSc. Sabrina Seibert (RJ) /Enfermeira obstétrica e Presidente do Comitê Municipal de Prevenção e Controle da Mortalidade Materna do RJ.

Explanou sobre formação e a carreira profissional de uma enfermeira obstétrica, e sobre a luta da classe da enfermagem para ter mais participação nas maternidades.

Abordou estratégias para o exercício do cuidado integral dos pacientes. Também falou sobre sua experiência com parto domiciliar planejado. E sobre a conquista e o desafio de formar uma equipe multidisciplinar nessa área.

Dando continuidade a sua palestra, explicou que os enfermeiros obstetras tem que ser pessoas que pensam além, sendo importante para estes profissionais entender sobre os avanços científicos da genética, epigenética e microbioma. Além disso também é fundamental atentar-se ao contexto nacional: no Brasil existe uma certa resistência ao parto normal. Portanto cabe ao enfermeiro obstetra mudar esse paradigma, com o desafio de reduzir o número de cesarianas, reduzir a morte morte materna e desmedicalizar o parto.

Finalizou o seu discurso afirmando que para mudar o mundo, é preciso chegar bem ao mundo. Referindo-se a mudar a forma de nascimento, tornando os partos mais humanizados.

Neopediatria e Paliação: Quando as Especialidades se Encontram

Desta vez a palestra ficou a cargo da Coordenadora Pedagógica das Pós-Graduações em Enfermagem da Faculdade IDE/Fortaleza MSc. Sandra Valesca Vasconcelos Fava.

A morte deixou de ser vista como um processo natural. O avanço da medicina e as mudanças sociais refletem em que a morte deixe de fazer parte do cotidiano das pessoas, deixando de ocorrer em casa para ocorrer nos hospitais.

Trouxe a reflexão: tudo que é tecnicamente possível é eticamente aceitável?Cuidados paliativos: abordagem para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e familiares que enfrentem uma doença ameaçadora da vida. Ou seja, os cuidados paliativos necessariamente envolvem a família do paciente.

Ortotanásia: processo pelo qual se opta por não submeter em um paciente terminal procedimentos invasivos que a adiam a sua morte comprometendo sua qualidade de vida.

Eutanásia: prática ativa de se interromper a vida de um paciente com doença em estágio irreversível e sem possibilidade de melhora, objetivando cessar sua dor. No Brasil essa prática é considerada crime.

Distanásia: adiamento da morte do indivíduo, geralmente pela utilização de fármacos e aparelhagens que, muitas vezes, proporcionam sofrimento desnecessário.

Importância do acompanhamento

Para os enfermeiros, acompanhar o processo de morte é um grande desafio, pois suscita sentimentos de falha no seu papel de promoção à saúde. Mas infelizmente existem casos em que o tratamento não traz resultado de cura, por isso é preciso estar preparado no sentido de que a morta do paciente não foi causada por falha do enfermeiro.

É preciso construir uma relação de confiança entre a família e a equipe de saúde, reduzindo a ansiedade e os medos.

Para que seja possível atingir o bem-estar da criança em fim de vida, é preciso que ela seja assistida de forma individual, e se necessário os rígidos protocolos institucionais têm de ser quebrados com o objetivo desse paciente ser atendido como um todo, nas dimensões biopsicossociais e espirituais. Por exemplo, um paciente em estado terminal que nunca brincou com um brinquedo que sempre sonhou e a família faz essa solicitação à equipe médica, mas as diretrizes do hospital não permite. É humano negar esse último momento de alegria para não quebrar um protocolo?

Quais são as ações possíveis e recomendadas para a equipe de enfermagem-paciente:

  • Controle efetivo da dor e outros sintomas;
  • Dar conforto à criança;
  • Proporcionar qualidade de vida;
  • Dar apoio espiritual, emocional e religioso;
  • Mostrar-se disponível à família.

É preciso-despir-se de todas as crenças, e tratar o paciente e suas famílias como eles desejam ser tratados, respeitando suas experiências, religião e visão de mundo.

O Enfermeiro Cardio-Hemodinamicista e o Mundo do Trabalho

Rodrigo Tavares Dantas é Especialista em Enfermagem Cardiovascular e Coordenador de Enfermagem do Laboratório de Hemodinâmica e do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Messejana e ficou responsável por abordar o tema.

Apresentou a grandiosidade de hemodinâmica, que por sua vez é o serviço de cardiologia intervencionista, dessa maneira estudando a circulação do sangue.

Em 2019 estamos comemorando 90 anos cateterismo cardíaco, para homenagear esse ato e exaltar a especialidade, Rodrigo explicou de forma breve e dinâmica para os congressistas, a história do cateterismo cardíaco, falando sobre o cateterismo direito e esquerdo.

Prosseguiu falando sobre o laboratório de hemodinâmica e sobre a especialização em cardiologia e hemodinâmica, presente na Faculdade IDE. Finalizou sua apresentação afirmando que de acordo com o COFEN, o enfermeiro está autorizado a retirada do introdutor arterial.

Enfermeiros Especialistas Empoderados: Na Lei, Na Gestão e Na Postura

Ministrada por Ana Paula Brandão, Presidente do Coren-CE, falou sobre o início da profissão da enfermagem, quando ela ainda não era regulamentada. Dessa forma contextualizando a luta pela regulamentação e criação de conselhos, a partir disso, foram criados os Conselhos Regionais CORENS e Conselho Federal COFEN.

Concluiu falando sobre a questão do empoderamento do enfermeira na ética e na gestão.

O segundo dia do 5º CBEE foi muito enriquecedor, os congressistas puderam conhecer de maneira mais aprofundada algumas especialidades da enfermagem, no sábado o dia finalizou com sorteios de livros de enfermagem!

Gostou do evento? Compartilhe este artigo com seus colegas de profissão e ajude os a escolher a sua especialização! ;)

 

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