Você já deve ter escutado que o nosso corpo é uma máquina. Se é assim, por que uma máquina não pode simular suas necessidades? Você verá agora que não só pode, como a inteligência artificial na saúde já é uma realidade, com usos cada vez maiores no Brasil. Aparelhos antes encontrados apenas no exterior chegam rapidamente ao país e alguns são tão pequenos e discretos que ninguém nota que o paciente está usando. Da mesma forma, acompanhamentos remotos e integração de equipes de saúde de vários estados, e até mesmo de outros países, já fazem parte do dia a dia de clínicas e hospitais. A tendência é de que haja crescimento, junto com o número de beneficiados. Nos próximos tópicos, vamos conhecer um pouco mais sobre essas tendências tecnológicas voltadas para a saúde e o impacto na vida de pacientes e profissionais de nosso país. Acompanhe!
Esse termo surgiu entre os anos 70 e 80 nos Estados Unidos, país no qual as pesquisas nessa área estão muito avançadas, e onde a tecnologia revolucionou o modo de pensar e facilitou vários aspectos de nossas vidas. A inteligência artificial refere-se à capacidade de simular o comportamento e a forma de pensar do ser humano, habilitando máquinas a executarem desde tarefas automatizadas a outras mais complexas, que exigem percepção, aprendizado e decisões racionais. Hoje, fica difícil imaginar como vivíamos antes dos computadores, dos registros digitais, prontuários eletrônicos e tantos painéis de controle com os quais esbarramos todos os dias pelos corredores e salas de atendimento, não é verdade? Você certamente já teve contato com alguma aplicação da inteligência artificial. Por exemplo, quando fez uma pesquisa no Google e houve preenchimento automático de busca, quando o Waze sugeriu uma rota para o seu destino, ou quando usou algum dos famosos assistentes de voz, como Siri, Google Assistant, Alexa e Bixby. O seu uso já é realidade e tem crescido muito na área de saúde. Por isso, os profissionais precisam aprender a utilizar seus recursos e se atualizar quanto às novas tecnologias. Novos aplicativos surgem a todo momento, para que a saúde seja prioridade e equipes em todo mundo possam compartilhar experiências, assim como auxiliar no diagnóstico de casos raros. O uso da inteligência artificial na saúde é uma porta que se abre para novas possibilidades e os profissionais se aproveitam desse momento para utilizá-la inclusive em seu marketing pessoal. Consequentemente, aqueles que se atualizam e seguem as tendências têm mais pacientes e podem oferecer tratamentos com maior qualidade. O acompanhamento remoto e a atenção que pode ser dispensada além dos horários dos consultórios, por exemplo, é um diferencial diante daqueles que ainda resistem a esses avanços.
A inteligência artificial na saúde é um campo particular para pesquisadores e desenvolvedores, por consistir no uso da tecnologia em prol do bem-estar da humanidade. Nesse sentido, sabemos que cada corpo é único e reage de certa maneira às medicações e estímulos, porém, é possível prever padrões para alguns usos da inteligência artificial, que são definidos por meio de algoritmos. Os supercomputadores são capazes de guardar e armazenar uma quantidade imensa de dados e permitem o cruzamento dessas informações para buscar respostas para diferentes doenças e sanar muitas dúvidas. O impacto na área de saúde é muito positivo e possibilitou ampliar a capacidade de atendimento, tratamentos e prevenção de diversas doenças, já que o acompanhamento do paciente se dá em tempo real e, mesmo a distância, o profissional de saúde pode saber o que acontece em seu organismo, quais as reações dele a medicamentos etc. Por isso é que saber empregar o que a tecnologia oferece de melhor é de fundamental importância para aqueles que lidam diariamente com os aparelhos e sistemas disponíveis nos locais de atendimento. Todos precisam ser treinados e conscientizados do grande papel da inteligência artificial na saúde. Afinal, a falta de capacitação é um dos grandes problemas que impedem a popularização de alguns sistemas. Tendo isso em vista, os profissionais de saúde devem saber como as ferramentas funcionam e serem aptos para treinar os pacientes para utilizá-las. Além da experiência cotidiana, existem cursos de especialização que são focados nos aspectos tecnológicos aplicados aos cuidados humanos. Desse modo, assim como surgem novos dispositivos todos os dias, a atualização constante se faz imprescindível, e não se pode negar que a importância da inteligência artificial na saúde só tende a crescer.
A tecnologia não só pode como já mudou a forma de atuação dos profissionais de saúde! Há anos, já temos acompanhamentos remotos, consultas agendadas online e aplicativos para acompanhar a evolução de tratamentos com aderência significativa. O medo do novo dá espaço à curiosidade e ao interesse por alternativas que possam dar respostas rápidas quando o profissional não está acessível ou fora de seu horário de atendimento. A dúvida de um paciente pode ser respondida quando dados se cruzam e geram códigos automaticamente, enviando uma mensagem para o seu celular. A codificação das perguntas frequentes é comum, o que agiliza e libera o canal de atendimento para os casos de maior importância. Se ele esqueceu os horários nos quais precisa tomar seu medicamento, em seu histórico médico, haverá esse dado, que será enviado rapidamente, sem a necessidade de falar com alguém, já que a máquina o faz automaticamente. O profissional, por outro lado, fica menos sobrecarregado e pode dar atenção a questões mais urgentes. O agendamento eletrônico, por exemplo, permite que o plantão médico não fique abarrotado e que os atendimentos aconteçam de forma mais atenciosa. Com esse tipo de acompanhamento, quando há algum problema ou alteração na saúde do paciente, alertas programados podem avisar o responsável pelo tratamento e até mesmo salvar sua vida, como no caso de uma descompensação séria no diabetes. Estamos falando de algo que já é realidade, mas ainda há muito o que ser mudado. Se o impacto causado em alguns espaços dedicados à saúde já é grande, em poucos anos, ele será ainda maior, com profissionais mais preparados e pacientes com a mente mais aberta para aceitar e aderir a tais mudanças, colaborando não apenas com o seu tratamento, mas com informações que possam salvar a vida de outras pessoas ao redor do mundo.
Vivemos uma era na qual os dados são uma fonte de riqueza, principalmente, na área da saúde. A segurança na transformação digital, o sigilo e o acesso a eles é uma grande preocupação e um grande desafio. Por esse motivo, os investimentos são altíssimos e a tecnologia empregada para a inteligência artificial na saúde é semelhante a dos bancos e entidades financeiras. Mesmo assim, não há como prever o ataque de hackers aos sistemas, apesar de serem cada vez mais raros. Para que a segurança seja maior, o Conselho Federal de Medicina determinou que, em prontuários salvos na nuvem, os pacientes não sejam identificados. O uso da criptografia em todos os aparelhos utilizados e que são conectados à internet também dificulta qualquer vazamento de dados.
A informatização dos sistemas públicos de saúde no Brasil acontece com o DATASUS, no entanto, o sistema ainda precisa de melhorias e o investimento não é suficiente. O Ministério da Saúde prevê a instalação de computadores em 100% das unidades básicas de atendimento até o final de 2018 e, para isso, divulgou um edital que inclui punições àqueles que não aderirem ao prontuário eletrônico nesse prazo. Além do investimento em equipamentos locais, o governo adquiriu três supercomputadores que aumentaram em dez vezes a capacidade de armazenamento de dados do SUS em 2016. Ainda nesse mesmo ano, menos da metade do país utilizava o registro de prontuários eletrônicos, o que já aumentou um pouco, mas não chega ao total desejado pelo Ministério da Saúde. Um dos desafios para os profissionais de saúde é que nem todos os pacientes estão cadastrados no sistema e isso precisa ser mudado com urgência, já que dados essenciais e informações sobre tratamentos anteriores podem salvar muitas vidas. Na rede particular, existem programas específicos e sistemas integrados que podem inclusive utilizar os dados do DATASUS. O desafio, nesse caso, é quando o paciente não tem registro eletrônico em nenhum dos sistemas. Para superar esse atraso em nosso país, são necessários grandes investimentos, já que a tecnologia tem um alto custo, assim como sua manutenção. Em locais onde não há sequer materiais para o tratamento dos pacientes, ela não está em primeiro plano.
A saúde só tem a se beneficiar com a implantação da inteligência artificial em todos os seus setores, desde o diagnóstico precoce de doenças até a administração de hospitais inteiros e de suas filiais. Os gestores hospitalares utilizam-se da automação, da geração de dados precisos e do compartilhamento de dados em tempo real com outros profissionais e unidades. As pesquisas avançam a cada dia nesse setor, assim como crescem os investimentos, principalmente da iniciativa privada. Empresários e outros investidores já acordaram para a carência de tecnologia empregada em nosso país e para a demanda de pacientes que buscam novidades constantes. Os planos particulares utilizam-se de estratégias de marketing em saúde para vender a imagem de modernidade atrelada à tecnologia e à cura de enfermidades, para que os pacientes percebam a oferta de aparelhos de ponta no mercado, resultando na atração de mais usuários. Doenças como o câncer de mama já podem ser diagnosticadas e assistidas por computador. Em alguns casos, as imagens fornecidas pela mamografia são a base para detectar com antecedência o surgimento desse tipo de tumor maligno. Aliada à robótica, a realização de cirurgias pode ser feita a distância por robôs comandados por especialistas. Essa automação possibilita que o paciente receba um atendimento de qualidade, mesmo que não haja um cirurgião disponível no momento, o que demandaria a necessidade de deslocamento, agravando o quadro de saúde. São muitas as vantagens, mas o acesso ainda se restringe a poucos usuários. A população mais carente tem a oportunidade de usufruir desses benefícios por meio de participação em pesquisas clínicas realizadas em hospitais acadêmicos ou em centros de pesquisa patrocinados pela indústria farmacêutica.
Como você pôde notar, muitas aplicações da inteligência artificial já estão em uso e são conhecidas dos profissionais de saúde e de toda população. Os smartphones têm aplicativos que disparam lembretes e notificações em tempo real, para que os pacientes não se esqueçam de tomar medicações ou realizem algum procedimento, como registrar a quantidade de água ingerida durante o dia. Aparelhos que medem a glicemia do paciente enviam dados ao profissional de saúde e, caso haja alguma alteração significativa, existem programas que cruzam os dados disponíveis no sistema com os sintomas apresentados para detectar doenças. As descobertas e as pesquisas estão a todo vapor e, de tempos em tempos, surge uma novidade. Veremos algumas dessas tendências a seguir.
Nem todo diagnóstico é obtido com facilidade. Quantos pacientes não passam por diversos especialistas até descobrirem seu problema, não é mesmo? Isso é muito comum e, com a ajuda da inteligência artificial, esses casos podem diminuir vertiginosamente, já que o olhar minucioso e apurado das máquinas pode detectar anomalias em um espaço curto de tempo. Dados e imagens são cruzados e geram outros dados que, combinados entre si, trazem a resposta procurada. O especialista pode nunca ter se deparado com tal problema, mas a máquina tem em seu arquivo as informações sobre pacientes no mundo inteiro. Os programas de inteligência artificial em saúde nem sempre são baseados em estatísticas e probabilidades. Baseiam-se em modelos simbólicos com essência na nosologia, ou seja, relacionam fatores ligados ao paciente e suas manifestações clínicas, dentro da classificação das doenças. A diagnose evoluiu pouco nos últimos anos, apesar das inúmeras pesquisas na área. Acredita-se que o fato esteja ligado à falta de adaptação da inteligência artificial com a prática clínica e aos baixos investimentos em tecnologia no setor. A percepção de sua importância ainda é pequena e a falta de profissionais capacitados para um novo olhar diagnóstico pede novos cursos e educação em saúde.
No ano de 2000, o Google disponibilizou toda a sequência do genoma humano em uma ferramenta de código aberto chamada DeepVariant. A novidade promete aos pesquisadores uma economia de tempo e dinheiro em seus estudos. O DeepVariant combina sequências complexas do DNA em, no máximo, 120 minutos e seus custos alcançam poucos dólares (cerca de US$ 35 por pesquisa). É um bom exemplo de tecnologia para profissionais de saúde, que ajuda a alavancar descobertas e fazer diagnósticos precoces, como os de diversos cânceres.
Quando os primeiros pacientes começaram a ser acompanhados a distância, o termo telemedicina surgiu, já que esse trabalho era realizado pelo telefone. Hoje, o conceito pode ser ampliado e inserido em um contexto maior, englobando o uso da internet e de diversos aparelhos eletrônicos com o intuito de melhorar o atendimento e agilizar processos administrativos. Para os pacientes que residem em cidades distantes, além de poderem tirar suas dúvidas, o profissional de saúde pode acompanhá-los e, se necessário, fazer chamadas de voz e videoconferências para verificar o desenvolvimento de um tratamento. Podemos citar como exemplo o tratamento psicoterápico. Aos que procuram apoio emocional e que não têm acesso a um terapeuta em sua cidade, existe a possibilidade de, com poucos cliques, encontrar um profissional que realize tratamentos online, o que pode ter um custo mais baixo também. A telemedicina opera desde 1990 com a adoção de normas éticas e padrões de atendimento que são definidos e seguidos por organizações internacionais. Em 2002, houve uma redefinição e ampliação para que as normas e resoluções se adequassem à realidade brasileira. A inteligência artificial automatizou a telemedicina, contribuindo para o direcionamento de casos de urgência, que podem ser feitos exclusivamente pelas máquinas. Ao falar com o paciente, o profissional já tem os seus dados prontos para acessar e fazer um diagnóstico mais rápido e preciso, podendo compartilhar e pedir ajuda a outros colegas em tempo real.
O uso de programas para processar e analisar imagens tem se mostrado mais rápido e eficiente do que o olhar humano. Capazes de comparar milhares de imagens, eles mapeiam diversos exames semelhantes em busca de anormalidades com o paciente, utilizando como base o deep learning. Por meio dessa repetição e de um número significativo de exames, a máquina “aprende” a reconhecer se há algo de errado no organismo pesquisado. Essas imagens podem ser radiografias, tomografias ou ressonâncias magnéticas. A Merge Healthcare, da gigante IBM, disponibiliza a tecnologia de um supercomputador denominado Watson, em que bilhões de imagens médicas contribuem para diagnósticos mais precisos. Suas versões começam em pacotes gratuitos e são cobradas conforme a necessidade de uso e armazenamento.
É preciso considerar o Big Data quando tratamos da área de saúde, pois o seu uso está atrelado a diversos aspectos da inteligência artificial, fornecendo os dados necessários para muitas decisões cotidianas. Com as informações obtidas, é possível medir a satisfação dos pacientes, recomendar tratamentos preventivos após a identificação de fatores de risco, coletar dados de populações inteiras e de grandes extensões territoriais, além de inspirar novos insights para a indústria e investidores. Está bastante ligado à Internet das Coisas (IoT), na qual dispositivos e objetos portáteis conectados à internet monitoram e enviam dados dos pacientes ao profissional de saúde e aos bancos de dados das clínicas e hospitais. Esses dispositivos podem ser carregados e “vestidos” (wearables), tornando-se quase imperceptíveis. Citaremos como exemplo os relógios de pulso utilizados por corredores, que calculam a distância percorrida e os batimentos cardíacos no momento do exercício. Outro exemplo, e já bastante utilizado no exterior, são as bombas de insulina que também chegaram ao Brasil. Podem ser colocadas por dentro da roupa e injetam doses do remédio de acordo com a necessidade do paciente e com o tempo recomendado pelo profissional. Por meio de suas análises dos dados coletados pelos profissionais de saúde, é possível acompanhar idosos, prever epidemias e tomar decisões econômicas para diminuir custos em procedimentos. Esses dados ficam guardados na nuvem, sendo fáceis de acessar e de recuperar. No entanto, de nada adianta uma montanha de dados se não existem analistas capazes de interpretá-los. A busca por uma pós-graduação em saúde e em análise de dados cresce igualmente com a importância desses profissionais qualificados.
O receio que muitos têm em adotar a inteligência artificial na saúde é de que os profissionais serão descartados e substituídos por máquinas. Como já destacamos, a tecnologia já existe e está à disposição de todos, mas ainda falta especialização para operá-la e saber olhar para os dados levantados nas pesquisas. Ao contrário do que se pensa, a operação humana é fundamental em alguns momentos. A máquina pode informar que existem 100 casos de gripe H1N1 em determinado local, mas é a pessoa que analisa esse dado para poder dizer se esse número caracteriza ou não uma epidemia. O rápido processamento de dados e a inteligência artificial complementam a inteligência humana e, juntos, trabalham com um objetivo comum: promover saúde. Com uma base de dados mais sólida, a probabilidade de erros diminui, assim como o sofrimento em razão da dor e da espera por um diagnóstico e tratamentos precisos. Todas as informações processadas são essenciais para contribuir com o trabalho da equipe médica. A resistência às novas tecnologias tem ficado no passado, pois as gerações atuais foram criadas já imersas em suas facilidades. Mesmo os mais velhos anseiam por novos tratamentos e seus filhos, da geração da internet, buscam incessantemente por alternativas online para a cura de seus entes queridos. A rotina diária de quem trabalha em clínicas e hospitais é beneficiada e pode ser facilitada com a adoção da inteligência artificial na saúde. Não por acaso, essa área pede novos profissionais qualificados e prontos para operar as novas tecnologias! Por esse motivo, a Faculdade IDE conta com especializações que abrem as portas do mercado de trabalho para os que desejam se atualizar e se profissionalizar, seguindo as tendências tecnológicas. Se você ainda tem dúvidas sobre qual especialização em saúde deve escolher, baixe agora mesmo o e-book que preparamos com orientações e dicas preciosíssimas para sua carreira!
Categorias:Institucional
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