Os estudos sobre a mente humana são fundamentados em alguns especialistas. Durante o curso de graduação, o psicólogo aprende sobre várias teorias nas disciplinas de práticas clínicas, o que auxiliará o aluno a decidir qual é a melhor intervenção psicológica a ser adotada para determinado paciente. Neste texto, você vai conhecer um pouco sobre a psicologia Junguiana. Para tanto, é preciso conhecer as modalidades de aconselhamento psicológico nos mais diversos contextos.
Após a formação, o psicólogo escolherá as que são de sua preferência para trabalhar com os pacientes. Embora muitas sejam abordadas durante a graduação, é natural que outras, menos comuns, não componham a grade curricular. Dessa forma, um caminho para se aprofundar e conhecer novas teorias é cursando uma pós-graduação. Neste artigo abordaremos o curso de pós-graduação sobre psicologia junguiana. Saiba como aconteceu o surgimento dessa modalidade, os principais conceitos, porque deve-se optar por essa especialização e outras informações importantes lendo o conteúdo!
Segundo Lívia Campello, especialista em Psicologia Junguiana e professora e coordenadora desta especialização da Faculdade IDE, a psicologia analítica de Jung, ou Junguiana, surgiu no início do século XX, a partir do pensamento do psiquiatra e psicanalista suíço Carl Gustav Jung. Em 1900, ele já havia concluído sua residência em psiquiatria e, nesse período, leu a obra “Interpretação dos sonhos” de Freud. Em 1905, o médico era considerado uma estrela promissora em sua área e começou a se corresponder com Freud devido ao grande interesse que as ideias expostas na obra lhe causaram. A partir de então, Jung foi um ativo defensor das teorias e metodologias dele, o acompanhando em viagens pelo mundo. Entretanto, em suas pesquisas sobre a psique, Jung se deparou, em meados de 1912, com diversos fatores que transbordavam as fronteiras defendidas por seu tutor. O rompimento ocorreu devido a não aceitação de Carl Jung sobre a teoria de Freud de que as causas dos conflitos psíquicos eram sempre de natureza sexual. Sendo assim, Jung prefere se separar de Freud e dá início ao que se chamaria um dia a Psicologia Analítica. Ele propôs uma psicologia, com metodologia e constructos teóricos próprios, inaugurando uma abordagem teórica psicológica. O objetivo da abordagem é propor uma perspectiva, um "modo de ver" os fenômenos psíquicos e seus desdobramentos na vida individual e coletiva. Bem como, através do seu método clínico, propor formas de atuação afinadas com seus paradigmas.
A terapia junguiana, por meio de psicoterapia, tem como objetivo principal facilitar a integridade psíquica da pessoa. Para isso, é preciso que a parte consciente da mente chegue a um acordo com o inconsciente. Isso porque Jung acreditava que todos os seres humanos possuem um “substrato psíquico”, responsável por processos inconscientes complexos que impactavam os pensamentos, as atitudes e os relacionamentos interpessoais. Para que o equilíbrio ocorra, é preciso que a pessoa tome consciência de todos os fatores inconscientes de sua psique, processo chamado por Carl Jung de “individuação”. Ao final da terapia, o indivíduo deveria ser capaz de estabelecer uma harmonia entre suas vontades e necessidades, presente e passado e outras dualidades. Isso permitiria o desenvolvimento da autêntica personalidade e liberdade, o que manteria a pessoa em constante evolução. Uma das principais ferramentas desse trabalho são os sonhos. Na psicologia analítica, acredita-se que os sonhos são um reflexo do que acontece internamente, ou seja, da psique. Afinal, as imagens, sons e situações não são criadas pela mente consciente e sim de modo espontâneo, durante o descanso, enquanto as pessoas estão inconscientes. Os sonhos retratam o substrato psíquico, a verdade interna, tendências básicas e realidades de difícil aceitação ou compreensão. Sendo assim, se o indivíduo compreender o significado por trás de um sonho, estará mais próximo do desenvolvimento pessoal, visto que trabalhará questões pendentes ou mal trabalhadas em sua mente. É interessante salientar que todas as pessoas sonham, porém, algumas não se lembram. Ao decorrer da psicoterapia junguiana a maioria dos pacientes acaba se lembrando de todos os sonhos e, após, eles serão interpretados em correlação com a análise das vivências pessoais e associação com conteúdos históricos e mitológicos.
Para Lívia Campello, a "psicologia junguiana pode estar presente como perspectiva de mundo em diversas áreas, desde que sejam ligadas a educação, psicologia e saúde. Sendo assim, a pós-graduação funciona como uma espécie de lente, ajudando o profissional a compreender os fenômenos das vivências de almas humanas." Como essa é uma abordagem psicológica, para os alunos da área de psicologia a principal vantagem que o curso proporciona é o trabalho clínico, ou seja, a psicoterapia na perspectiva junguiana. No entanto, ela também pode ser útil na base para outras possibilidades e áreas de atuação dentro da psicologia, como a escolar ou hospitalar, por exemplo. É importante salientar que a especialização não habilita o profissional a ser um terapeuta ou um psicoterapeuta. Porém, ela pode ser muito interessante para alunos que não são psicólogos, mas precisam de maior entendimento sobre a dimensão da psique. Profissionais de áreas afins, como a arteterapia, por exemplo, poderão utilizar os conhecimentos como base auxiliar do seu trabalho enquanto arteterapeuta. O curso também pode ser proveitoso para outras pessoas da área de saúde, como médicos, sejam eles clínicos ou psiquiatras. De forma geral, a teoria Junguiana pode ajudar profissionais que já são terapeutas, bem como outras profissões, cada um atuando em sua especificidade profissional.
O conteúdo programático do curso sobre psicologia junguiana abordará a sua construção e a psicologia clínica nessa área. Além disso, serão estudados tópicos como o funcionamento psíquico, complexos e arquétipos, tipos psicológicos, sombra e persona e anima e animus, por exemplo. O processo de individuação criado por Jung e a interpretação dos sonhos é um dos focos do programa, visto que esses poderão auxiliar o profissional na prática da psicoterapia junguiana. Por fim, para auxiliar o diagnóstico, também serão estudado temas como a mitologia, contos de fada, psicopatologia, psicologia e alquimia e as relações da psicologia e religião.
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana.” Carl Jung
A psicoterapia Junguiana se baseia, acima de tudo, em conversas. Dessa forma, é essencial que o paciente se sinta seguro e confortável com seu terapeuta para que seja possível conseguir adesão ao realizar outras técnicas dessa metodologia, como a análise de sonhos e estratégias criativas. Por fim, paciente e terapeuta poderão navegar pela psique, compreender o mundo inconsciente e proceder a evolução. E então, ficou interessado pela pós-graduação em psicologia junguiana? Entre em contato conosco e saiba mais detalhes!
Categorias:carreira, psicologia
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