A enfermagem obstétrica, diferentemente do que muitos pensam, não atua apenas da gestação ao nascimento de bebês. O acompanhamento das mulheres após essa fase é o ponto que mais se destaca, já que elas passam por mudanças no corpo e, com isso, ficam bem mais sensíveis. Acompanhe, neste material, um breve histórico sobre o surgimento da enfermagem obstétrica e o atual panorama do mercado de trabalho para o enfermeiro obstetra. Veja, ainda, a importância dessa profissão para reduzir a mortalidade infantil e quais as vantagens de se especializar nessa área, cuja demanda é cada vez mais crescente. Boa leitura!
A obstetrícia é uma ciência da saúde dedicada à reprodução humana e ao acompanhamento do binômio mãe-bebê durante o pós-natal. O termo “obstetrícia” tem origem no latim, mais precisamente, do verbo “obstare”, que significa “ficar ao lado de”. Nesse contexto, o obstetra ou obstetriz (como também pode ser chamado) é o profissional com formação específica para atuar na área de saúde da mulher. Ele é capacitado para acompanhar os aspectos fisiológicos e patológicos da gestação, que vão desde o pré-natal até o pós-parto. A enfermagem obstétrica surgiu num contexto em que o Brasil estava numa fase de explosão demográfica. Nos grandes centros urbanos, os hospitais não conseguiam suprir a demanda médica na assistência à gestação. Com isso, a especialização veio para reforçar o atendimento às mulheres em trabalho de parto natural. Esses profissionais foram integrados à equipe multiprofissional para garantir a assistência na área de obstetrícia.
Cada vez mais a atuação da enfermagem obstétrica é considerada um dos pilares no cenário que envolve o processo de humanização do parto. O suporte oferecido por esses profissionais garante maior segurança e muito mais conforto à parturiente, sobretudo no parto natural. Outro aspecto relevante é em referência à legalidade do parto domiciliar realizado sob a responsabilidade dos enfermeiros obstétricos e das obstetrizes. Esse direito está garantido pela justiça, o que assegura aos profissionais graduados — e que tenham especialização na área — a autonomia profissional na assistência, seja no hospital ou no ambiente domiciliar. Para tanto, a Lei 7498/86 estabelece, em seu artigo 11, as atribuições legais dos enfermeiros generalistas e o exercício legal da profissão em toda a assistência à gestante. Eles podem acompanhar a evolução do trabalho de parto, assim como a execução do parto sem distocia a fim de proteger a saúde da mãe e do filho e evitar cesarianas sem necessidade. Porém, para o exercício de todas as atividades asseguradas por lei, o enfermeiro precisa se especializar no ramo. Somente os profissionais com formação específica nesse campo têm o direito de trabalhar na enfermagem obstétrica.
Os enfermeiros obstetras são aqueles que, após a graduação, optam por uma especialização na área de Obstetrícia. Nessa pós-graduação, o conteúdo contempla disciplinas que abordam a saúde da mulher, em um contexto bem amplo no que se refere à assistência neonatal. O profissional participa tanto do planejamento familiar quanto do pré-natal e do pós-parto, informando e direcionando suas ações à promoção de cuidados e de atenção à saúde feminina. O enfermeiro com formação em Obstetrícia pode atuar em várias vertentes nesse ramo da saúde. O profissional especializado em Obstetrícia é capaz de aconselhar casais sobre planejamento familiar, orientar quanto aos cuidados com a saúde sexual e explicar as formas mais seguras de utilizar métodos anticoncepcionais. Principalmente entre adolescentes, esse trabalho de educação preventiva é muito importante, visto que assume um caráter também social. Além da capacitação para atuar em todas as etapas do parto, esse profissional realiza exames e assegura um suporte à equipe médica. Mais que isso, o enfermeiro obstetra é capacitado para atuar em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), serviços de urgência e de emergência, clínicas médicas e postos de atendimento à população.
Como vimos, para atuar em enfermagem obstétrica, o enfermeiro precisa cursar uma especialidade da enfermagem. Durante essa formação, ele aprenderá teorias e práticas relacionadas ao cotidiano da profissão. O curso é focado em um atendimento especializado, humanizado e com atenção à mulher sob um contexto biopsicossocial. Isso porque as transformações que comumente acontecem durante o período gestacional deixam a mulher mais vulnerável ao desenvolvimento de ansiedade e de outras queixas de ordem emocional. Nessa perspectiva, o enfermeiro obstetra precisa ter habilidade para perceber as dificuldades, prestar auxílio e garantir uma assistência com mais qualidade. Por isso, além dos conhecimentos técnicos, a formação inclui a humanização das relações e o desenvolvimento de técnicas de apoio psicológico para lidar com situações adversas, como:
O propósito principal da enfermagem obstétrica é auxiliar a mulher em diferentes abordagens que envolvem muitos aspectos associados à gestação, ao parto e ao puerpério. Um dos objetivos principais é preparar a mulher para se adaptar às diversas mudanças físicas e psicológicas que ocorrem durante e após a fase gestacional. Além de acompanhar a mulher durante essa fase tão especial da vida, o enfermeiro obstetra aprende a identificar eventuais alterações que possam gerar desconforto e limitações durante o trabalho de parto. Esse profissional se tornará apto à prevenção e à assistência exigida durante pré-natal, parto e pós-parto. Durante a especialização, o aluno receberá orientações para aprender a identificar a lidar com as principais condições clínicas, como câimbras, falta de ar, edemas, dores na coluna e na pélvis. A grade curricular é composta por disciplinas especificamente voltadas para a garantia de um parto seguro e humanizado. O curso tem duração média de 25 meses, são ministradas 500 horas de aula e os encontros presenciais são mensais. Na grade curricular, constam os seguintes temas:
Com o conhecimento específico adquirido, o profissional aprende e desenvolve técnicas direcionadas para analisar criticamente a situação de cada paciente. Assim, ele pode investigar possíveis problemas de saúde tanto na mulher quanto no feto. Em um trabalho conjunto com a equipe de saúde multiprofissional — que atua em clínicas e hospitais —, o enfermeiro obstetra auxilia na determinação de diagnósticos e na escolha de intervenções terapêuticas mais eficazes. Essa abordagem profissional precisa considerar o contexto fisiológico e psicossocial da mulher, mantendo o foco em princípios éticos que defendem a valorização da vida e o bem-estar da família. Nesse sentido, o termo utilizado mais recentemente é “enfermagem perinatal”. Os profissionais vêm se diferenciando e se especializando, destituindo-se da imagem de parteiras e de outras práticas mais arcaicas. Essa evolução é essencial à qualidade da assistência multiprofissional e ao acompanhamento das tendências que envolvem a ciência contemporânea. A especialização em enfermagem obstétrica capacita o profissional para exercer atividades em diversos segmentos da assistência neonatal. No entanto, as habilidades mais importantes são:
Em síntese, a obstetrícia trouxe a possibilidade de amenizar e de resolver determinados problemas que tornavam o procedimento do parto inseguro e arriscado, tanto para a mulher quanto para o bebê. Logo, essa especialidade assumiu um caráter diferenciador em relação à redução das estatísticas de cesarianas resultantes de trabalhos de parto sem assistência adequada. Atualmente, a maioria dos procedimentos de parto natural, sem a necessidade de intervenções cirúrgicas, são realizados sob a responsabilidade do enfermeiro obstetra. Ele tem formação e habilitação para verificar as contrações, examinar a condição clínica da gestante e acompanhar a dilatação até o nascimento do bebê. Além de ser um trabalho essencial para reduzir a demanda por cesarianas, ele possibilita que a equipe médica priorize a atenção em outros setores do hospital. Caso haja alguma eventualidade que possa colocar a mãe e o filho em risco, o corpo médico será acionado imediatamente. Assim como no planejamento e no parto, os cuidados da enfermagem obstétrica também são necessários durante o pós-parto. Logo, esse profissional dará todo suporte necessário à recuperação da paciente, de modo a garantir o equilíbrio da sua saúde e seu bem-estar geral. Ultimamente, o Ministério da Saúde tem incentivado a realização do parto natural e a redução da intervenção cirúrgica. Portanto, isso deixou o mercado bem aquecido para os profissionais da obstetrícia. Desde que tenha especialização em enfermagem obstétrica, os enfermeiros estarão habilitados à realização de partos normais sozinhos ou em conjunto com a equipe médica, tanto nos setores públicos quanto nos privados. Entre as possibilidades mais concretas e as oportunidades no mercado, as mais relevantes estão distribuídas em:
A formação do enfermeiro obstetra exige habilidades e competências que possam garantir a prestação de um cuidado integral à saúde da mulher e do bebê. No curso, os alunos aprendem conteúdos específicos que focam o respeito ao parto como um processo estritamente fisiológico e natural. Nesse cenário, a especialidade é voltada para práticas em defesa da humanização do parto, já que a maioria das intervenções cirúrgicas poderiam ser evitadas, caso houvesse mais responsabilidade e eficiência durante o pré-natal. Excetuando as condições em que a mulher não tem conhecimento sobre o funcionamento de seu corpo ou quando lhe falta informação quanto à relevância do pré-natal, a maior parte dos casos de cesariana e de intercorrências na obstetrícia ocorrem por falhas na assistência. Essa realidade torna a especialidade muito relevante, não só em relação à demanda no mercado como em termos epidemiológicos.Todo o trabalho executado pelos profissionais da enfermagem obstétrica repercutem positivamente nos dados relacionados à saúde materno infantil. Nesse contexto, investir em cursos de aperfeiçoamento na área torna-se fundamental, a fim de impulsionar a carreira e para retratar a experiência bem-sucedida dos países desenvolvidos. Ou seja, já está comprovado que os enfermeiros obstetras podem se tornar os principais provedores de saúde primária de mulheres saudáveis durante o parto e, com isso, evitar intercorrências. Portanto, a atuação dos profissionais da obstetrícia é estratégica, visto que eles desempenham um papel fundamental na prestação de serviços mais qualificados na assistência à saúde da mulher. Esse trabalho é imprescindível à melhoria da saúde materna! Nesse sentido, os cursos de pós-graduação tornam os profissionais bem preparados para atuar no mercado, visto que eles são capacitados, qualificados e atualizados durante a formação. O objetivo é proporcionar a assistência integral à mulher em diversas etapas de sua vida, sobretudo àquelas que terão a primeira experiência de parto. Fazer uma especialização em enfermagem obstétrica diferencia o profissional no mercado e abre um maior leque de oportunidades. Para tanto, é necessário priorizar a formação, estar sempre buscando novos conhecimentos na área e participar de cursos, congressos, palestras e eventos do ramo.
O mercado tem muitas vagas para esses profissionais, mas a concorrência também é grande. Então é necessário investir na formação e se especializar para ter chances de aproveitar as melhores oportunidades de emprego. Os cursos de especialização e as residências em enfermagem são ideais para aqueles que estão começando a carreira. Todavia, é possível aprender mais, ganhar experiência e se diferenciar na prática dessa função. Na formação, o aluno experimenta o que vivenciará ao longo de sua atuação como enfermeiro obstetra — ele assiste partos, tem contato com as pacientes, escuta suas queixas e aprende a lidar com diversas situações. Um aspecto importante é que a remuneração depende do local de trabalho, mas a média salarial de um profissional dessa área gira em torno de R$3.718,80, conforme divulgado recentemente pela Catho. Como vimos, a enfermagem obstétrica é uma área de ampla atuação e é extremamente fundamental em nossos dias. Além disso, o mercado oferece excelentes oportunidades para quem aposta na especialização nesse campo tão importante para a assistência integral à saúde da mulher. Gostou deste artigo? Então, não perca tempo: baixe gratuitamente o nosso guia completo para profissionais da saúde e saiba como escolher a melhor especialização para a sua carreira! [rock-convert-cta id="32376"]
Categorias:enfermagem
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