Educação física e fisioterapia são áreas que muitas vezes se misturam, algumas vezes se separam, mas, sem dúvida, sempre se complementam. É por isso que muitos profissionais de saúde não conseguem delimitar onde começa a atuação de uma e onde termina a de outra. Qual delas é melhor para a prevenção de lesões? E para reabilitação? As dúvidas são muitas, mas vamos esclarecê-las a partir de agora. Confira abaixo a relação entre fisioterapia e educação física.
O papel do fisioterapeuta é o de preservar, desenvolver e restaurar órgãos, sistema e funções, por meio de prevenção ou reabilitação. A fisioterapia é a ciência que estuda, diagnostica e recupera pacientes com problemas de movimentação. O fisioterapeuta pode trabalhar em várias especialidades, como acupuntura, fisioterapia do trabalho ou esportiva, onco-funcional, pneumofuncional, saúde coletiva e urogineco-funcional, dentre outras possibilidades. Todas são reconhecidas pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, entidade responsável por fazer o controle ético, científico e social da classe.
Já a educação física é a área que estuda o aperfeiçoamento, a manutenção e a reabilitação do corpo humano, por meio do movimento. A educação física tem também caráter educacional, ensinando as pessoas a melhorar suas capacidades físicas e habilidades. A atividade é fiscalizada pelo Conselho Federal de Educação Física.
As duas áreas buscam melhorar a qualidade de vida de seus pacientes, usando seus conhecimentos sobre o corpo humano, suas formas de desenvolvimento e suas limitações. Espera-se que os profissionais de educação física e da fisioterapia tenham, além de capacitação técnica, habilidades sociais para identificar os problemas dos pacientes e motivá-los a alcançar seus objetivos.
Como se pode ver, as áreas de atuação são parecidas. Entretanto logo nas definições é possível observar também uma grande diferença. Enquanto que a fisioterapia busca recuperar movimentos, órgãos e funções, a educação física tem a missão de melhorar movimentos e desenvolver o condicionamento físico das pessoas. Parece tudo muito claro, agora, mas a verdade é que essas definições são motivo de muitas polêmicas e não há um consenso sobre o assunto entre os especialistas. Para entender melhor por que essa separação é tão difícil, vamos imaginar cenários hipotéticos. Imagine que alguém está com dor nas costas e decida pedir a ajuda de um professor de educação física para tratar do problema. Ora, como estamos falando de uma lesão, o profissional ideal para tratar desse problema é o fisioterapeuta. Entretanto o profissional de educação física também pode ajudar nessa recuperação, ainda que com recursos mais limitados, em comparação aos fisioterapeutas. Já no caso de alguém que deseja melhorar seu condicionamento físico, nada impede que o fisioterapeuta dê orientações sobre como proceder, mas o profissional mais indicado para esse fim é o professor de educação física, que indicará os exercícios mais adequados para que o paciente atinja seus objetivos (hipertrofia, força máxima, perda de peso, etc). [rock-convert-cta id="62489"]
Há vários exemplos práticos que mostram que a educação física e a fisioterapia, ao invés de concorrerem uma com a outra, se complementam para fornecer aos pacientes um desenvolvimento rápido e a manutenção do seu bem-estar e qualidade de vida. Veja o caso, por exemplo, de um paciente que tenha passado por uma cirurgia no joelho. O processo de recuperação logo após a cirurgia deve ser realizado por um fisioterapeuta, que será capaz de aplicar as melhores técnicas para que o paciente volte à sua vida normal. Após essa fase o paciente pode ser encaminhado para um educador físico, a fim de melhorar o condicionamento daquele joelho que acabou de passar por um processo de recuperação. Já no âmbito do esporte os fisioterapeutas podem auxiliar um atleta corrigindo seus gestos para obter melhor rendimento e prevenir lesões. Ao mesmo tempo o profissional de educação física atua para melhorar seu condicionamento físico e sua técnica. Grávidas também podem ser beneficiadas por uma ação conjunta de fisioterapeutas e educadores físicos. Os dois profissionais estão preparados para trabalhar músculos de sustentação, por exemplo. O profissional de educação física pode ainda realizar exercícios de alongamento, caminhadas, hidroginástica e musculação. Concomitantemente, o fisioterapeuta pode ajudar a grávida com massagens relaxantes e correção de postura, dentre outros benefícios.
A formação desses profissionais é diferente. Os cursos de fisioterapia são oferecidos apenas como bacharelado, enquanto que a formação do educador físico pode ser tanto como bacharel (podendo atuar em uma maior gama de atividades) quanto como licenciatura (habilitação para dar aulas nos ensinos fundamental e médio). O início do curso é parecido nas duas formações. Ambas estudam áreas da saúde e da biologia, como anatomia, estudo dos movimentos, morfologia e fisiologia. Mas o foco de cada disciplina varia de acordo com o curso. Estudantes de educação física se dedicam mais ao crescimento, desenvolvimento, envelhecimento, movimentos dos corpos e melhorias do desempenho físico. Já os alunos de fisioterapia se dedicam mais à neurologia, cardiologia, ortopedia, pneumologia e traumatologia. As diferenças nas atividades práticas também são bastante acentuadas e ajudam a entender as áreas de atuação de cada ciência. As aulas práticas de educação física acontecem em quadras, piscinas e academias; enquanto que as da fisioterapia normalmente são realizadas em clínicas, onde aprendem a realizar diagnósticos com a ajuda de seus tutores. As habilidades sociais são comuns às duas ciências, por isso ambos os cursos têm disciplinadas voltadas à humanização dos atendimentos. É cobrado que os profissionais saibam lidar e identificar os limites, expectativas, motivações e frustrações dos pacientes.
Formados em educação física podem trabalhar em academias, retiros de idosos, clubes e associações esportivas ou escolas. Podem ainda se especializar em algum esporte e se tornar técnico, treinador ou personal trainer de atletas. Já os fisioterapeutas podem atuar em clínicas e hospitais, ou como autônomos. Como se pode ver, educação física e fisioterapia andam de mãos dadas na missão de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Aproveitar as especificidades de cada ciência, complementando-as, permite a recuperação e o desenvolvimento mais rápido daqueles que precisam de cuidados especializados. Para continuar recebendo mais informações sobre a área de saúde, siga-nos no Facebook, Twitter e Instagram. [rock-convert-cta id="62493"]
Categorias:carreira, fisioterapia, educação física
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