Você já ouviu falar sobre riscos ocupacionais? Esses são perigos aos quais colaboradores estão expostos enquanto trabalham. Qualquer ambiente de trabalho oferece riscos aos seus profissionais, o que explica a importância da biossegurança. Como o nome já indica, esse termo está relacionado à atuação em ambientes voltados à área da saúde ou da química, entre outros.
Ocorre que, em hospitais, clínicas e em outros serviços de saúde, esses riscos envolvem, também, os pacientes, e devido aos impactos ambientais e sociais, é necessário adotar uma série de medidas de segurança. Embora seja fácil perceber que esse é um tema relevante, muitas pessoas ainda desconhecem o seu real conceito e as suas aplicações.
Quer entender isso melhor? Neste artigo, abordaremos esses riscos existentes, bem como a importância e os benefícios de se aplicar a biossegurança. Continue acompanhando e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto!
A biossegurança é a área de conhecimento que engloba um conjunto de medidas e ações que buscam a minimização e o controle dos riscos inerentes a determinada atividade ou local, com o intuito de preservar a saúde humana, animal e ambiental.
Essas medidas devem ser adotadas nas pesquisas, no ensino, no desenvolvimento tecnológico, na produção e na prestação de serviços. Assim, promovem a segurança sem comprometer os resultados ou a qualidade.
Isso é extremamente importante, visto que a biossegurança, em linhas gerais, não deve prejudicar o desempenho. Mais especificamente quanto aos profissionais de saúde, o foco da biossegurança é nas instalações laboratoriais, no controle de agentes biológicos aos quais as pessoas são expostas e, até mesmo, na melhor qualificação dos agentes e trabalhadores, visto que eles estarão mais comumente expostos a agentes químicos e físicos.
As normas e regras de biossegurança, geralmente, implicam em novos procedimentos e equipamentos. São eles que garantem a saúde da população e do trabalhador, além de os protegerem contra doenças e epidemias.
Agora, é hora de conhecermos alguns dos principais objetivos da biossegurança para a sociedade. Vamos lá?
O principal objetivo da biossegurança é a redução dos riscos ocupacionais em ambientes que podem trazer danos severos para a saúde. Muitas vezes, envolvem sequelas irreversíveis que podem trazer consequências negativas para a qualidade de vida dos colaboradores envolvidos.
Com o uso dos equipamentos e ferramentas adequados, é muito mais fácil prevenir qualquer tipo de intercorrência. Esse também é um cuidado essencial para a sociedade como um todo, já que o descarte inadequado de compostos contaminantes afeta o planeta e as pessoas.
A proteção aos profissionais é o segundo maior objetivo da biossegurança como um todo. Afinal, eles lidam diariamente com compostos potencialmente perigosos, e precisam ter a segurança (e a dos seus entes queridos) garantida.
Esse é um direito dos trabalhadores, resguardado por leis e normas específicas. Para isso, o empregador é responsável por fornecer os equipamentos e ferramentas necessárias para garantir a proteção dos seus colaboradores.
O meio ambiente também é afetado com a gestão inadequada de biossegurança. Bons exemplos são o descarte irregular de produtos químicos no solo ou em lençóis d’água, ou a contaminação radioativa de regiões inteiras, tornando-as impróprias por muitos anos.
Por isso, é fundamental que as empresas e os estabelecimentos que lidam com compostos químicos e biológicos tenham responsabilidade ambiental e sigam as normas de descarte estabelecidas pelos órgãos encarregados.
Sim! Para que tudo fique mais organizado, a biossegurança é dividida em quatro níveis. Falaremos sobre cada um deles, a seguir. Vamos lá?
De modo geral, o nível 1 é relacionado com agentes infecciosos, principalmente, os que têm relação com a área de Microbiologia. Aqui, o foco é cuidar dos ambientes sem a necessidade de uso de equipamentos especiais. Um bom exemplo é a desinfecção de superfícies, com a limpeza a partir do uso de produtos que matem os agentes microbianos.
No nível 2, os laboratórios e ambientes de trabalho passam a lidar com substâncias ou agentes infecciosos que têm um potencial maior de contaminação e danos. Bons exemplos são produtos ou microrganismos que podem ser inalados ou absorvidos pela pele.
Nesse caso, é necessário o uso de alguns tipos de proteção, como máscaras. Além disso, tais ambientes precisam de equipamentos importantes para o funcionamento adequado, como autoclaves e outros itens para a desinfecção das ferramentas utilizadas.
Mais perigosos, os agentes infecciosos relacionados com ambientes de trabalho categorizados como nível 3 são potencialmente letais para os seres humanos que entram em contato com eles. Dessa forma, é preciso ainda mais cuidado ao manuseá-los, com o uso de equipamentos de segurança mais sofisticados.
As ferramentas de desinfecção, como incineradores e autoclaves, também são importantes nesse cenário. Além disso, o projeto deve priorizar ambientes vedados e protegidos para garantir a integridade física dos trabalhadores do local.
No último nível, estamos falando sobre danos extremos à saúde, sobre os quais ainda não há tratamentos disponíveis para a ciência. Por isso, os cuidados são ainda mais específicos.
Muitas vezes, nesses casos, é reservado um edifício exclusivo para lidar com tais compostos. Além disso, há uma limitação de funcionários responsáveis por trabalhar com esses materiais, e eles utilizam o maior número de EPIs e EPCs possíveis. Bons exemplos são produtos radioativos.
No Brasil, nós temos um caso clássico e conhecido sobre a ausência de boas práticas de biossegurança, que é o acidente com o Césio 137. Esse grave episódio de contaminação por radioatividade ocorreu na cidade de Goiânia, em Goiás.
Tudo aconteceu por conta de um aparelho de radioterapia abandonado por uma clínica desativada, que expôs a população à radiação. Infelizmente, a vida de muitas crianças foi abruptamente interrompida em razão do dano causado pelos compostos radioativo no organismo dos pequenos.
No entanto, infelizmente, exemplos não faltam no dia a dia dos mais diversos locais, como em hospitais. Neles, os profissionais, dependendo da sua carreira ou área, podem acabar se contaminando pela falta de uso de proteção, como luvas e óculos, ou mesmo por práticas indevidas de esterilização ou de descarte inadequado de materiais.
Em nosso país, a regulamentação sobre os temas de biossegurança está presente na legislação como uma maneira de ressaltar a importância de preservar a vida e promover mais segurança em qualquer atividade, além de direcionar competências e normatizações, como disposto na Lei de Biossegurança 11.105 de 24 de março de 2015.
Ela dispõe sobre os riscos relativos às técnicas de manipulação de organismos que foram geneticamente modificados, como os alimentos transgênicos. Também, a segurança em diversos ambientes de trabalho, como hospitais, indústrias, laboratórios, hemocentros, centros de pesquisa e universidades.
A biossegurança é aplicada por meio de regras, normas e regulações estabelecidas por órgãos competentes, como a Anvisa, o Ministério da Saúde e outros. Cabe aos empregadores seguir tais normas, garantindo a proteção da sua equipe e do restante da população.
A relação entre a biossegurança e a segurança do trabalho é imensa, visto que alguns ofícios, como o de um profissional da saúde, estão diretamente ligados a práticas e ações que proporcionem uma melhor proteção no dia a dia, não apenas nesses locais, mas para a população como um todo.
Um dos exemplos mais clássicos é o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI), que precisam estar de acordo com as atividades e riscos de cada trabalhador. Como o nome já sugere, eles servem para proteger individualmente cada usuário, bem como para a contenção dos mais variados riscos existentes que possam ameaçar a segurança.
Agora que você já aprendeu um pouco mais sobre a nossa legislação em relação ao tema e como ele vem sendo inserido na nossa sociedade e nos ambientes de trabalho, chegou a hora de entender, efetivamente, quais são as vantagens de seguir as normas de biossegurança. Confira, abaixo, algumas das principais.
Uma das vantagens de seguir as normas de biossegurança é que isso reduz os riscos inerentes à saúde dos trabalhadores. Atitude simples, que é imprescindível, levando em consideração os tipos de materiais e de reagentes que eles utilizam em seus ofícios.
Os acidentes em laboratórios eram mais comuns no passado, e diminuíram pela adoção de normas de controle mais rígidas e eficientes. Atualmente, além da proteção do profissional em si, no caso de um problema mais sério — de vazamento, por exemplo —, o próprio estabelecimento precisa pausar as suas atividades, o que causa prejuízos muito grandes.
Seguir as normas de biossegurança implica, também, em conseguir uma melhor preservação do meio ambiente, por meio da descontaminação ou da eliminação dos riscos de exposição. Isso torna o local apto para o manuseio seguro e promove o descarte adequado dos materiais utilizados, evitando a poluição de rios e solos.
O atendimento às normas de biossegurança exige treinamentos constantes para os profissionais que são expostos a situações de risco. Isso faz com que eles fiquem cada vez mais qualificados e em melhor sintonia com a tecnologia existente, garantindo uma qualidade muito maior dos procedimentos realizados, gerando melhores resultados.
Antes de tudo, para entender a real importância da biossegurança, é preciso perceber melhor quais são os riscos a que os profissionais, os pacientes e o próprio meio ambiente estão sujeitos em função das atividades desempenhadas, especialmente, em instituições de saúde.
Conforme a NR 32 (Segurança e Saúde do Trabalho nos Serviços de Saúde), os critérios básicos de precaução visam à proteção de profissionais da saúde e outros atuantes em hospitais, clínicas, laboratórios e ambulatórios, em seu local de trabalho. Além disso, a norma define como atividades de risco as que são capazes de ocasionar dano, doença ou morte.
Basicamente, esse perigo se resume à transmissão de agentes infecciosos, incluindo os transmitidos por líquidos corporais e sangue, podendo causar contaminação de pessoas e a disseminação de doenças. No entanto, os perigos envolvidos em tais atividades são muito complexos. Por isso, eles são classificados segundo alguns critérios:
De acordo com as suas características, os riscos foram mapeados e puderam ser divididos para uma melhor compreensão, por cores, segundo as seguintes categorias:
Além disso, o Ministério da Saúde ainda classifica os riscos segundo outros critérios importantes. São eles os de patogenicidade, o modo de transmissão, a virulência, a endemicidade, a recombinação gênica, as consequências epidemiológicas, a profilaxia e o tratamento, entre alguns outros.
Dessa maneira, existem cinco classes de risco de acordo com o tipo de agente local e ação sobre o parasita. Por exemplo, numeradas conforme as exigências de biossegurança cabíveis se tornam mais complexas.
No Brasil, a regulação e a fiscalização da biossegurança é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse é um órgão técnico regulador que é extremamente respeitado e que, inclusive, tem uma definição própria do conceito de biossegurança, que é a seguinte:
A condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente.
Trata-se, assim, de um conjunto de normas e procedimentos padrões que visa a prevenção dos riscos inerentes às atividades exercidas nos serviços de saúde, bem como aos respectivos locais de trabalho.
Embora o seu objetivo primário seja erradicar ou reduzir as chances de um colaborador contrair alguma doença, suas aplicações estendem-se à proteção do restante da população, pacientes e meio ambiente. Para isso, há uma série de condutas e boas práticas que, embora pareçam dificultar o trabalho, são essenciais à segurança de todos os envolvidos.
Em um ambiente hospitalar, por exemplo, há desde as medidas mais simples (como uso de jaleco e o hábito de lavar as mãos antes de qualquer atendimento) às mais sofisticadas, como os sistemas de esterilização do ar, câmaras de desinfecção de EPIs, isolamento de laboratórios e outras. No geral, as medidas de biossegurança envolvem dois pontos — os equipamentos de proteção individual (EPI) e os equipamentos de proteção coletiva (EPC).
Dentre as suas aplicações, podemos destacar outros exemplos. Veremos mais sobre cada um deles, a seguir!
Os equipamentos de proteção individual fazem parte dos pilares da biossegurança. Sem eles, tanto os profissionais quanto os pacientes envolvidos são expostos a riscos grandes para a integridade física e a saúde. Os principais EPIs são:
EPC é o nome dado aos equipamentos de proteção coletiva e, como o nome já indica, servem para proteger mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Eles são:
Além disso, as práticas de biossegurança também envolvem normas detalhadas para as instalações laboratoriais, o descarte de agentes químicos e biológicos, além do treinamento das equipes.
Como dissemos, a importância da biossegurança engloba diversos aspectos distintos, e não se dá apenas pelo alto risco a que os mais variados profissionais podem ser expostos, como também, pelos seus inúmeros impactos possíveis no meio ambiente e na sociedade como um todo. Do ponto de vista da saúde do trabalho, os acidentes mais comuns envolvem ferimentos com agulhas ou bisturis.
Quando isso acontece, pode haver contato com sangue contaminado, principalmente, entre os profissionais de enfermagem. Entretanto, a ausência de procedimentos de biossegurança poderia levar os riscos para fora do âmbito hospitalar, como epidemias, contaminação do solo e da água e disseminação de doenças raras ou erradicadas, atingindo o restante da população.
Diante dessa importância da biossegurança, podemos resumir os principais efeitos da sua aplicação com alguns exemplos:
A biossegurança é uma matéria obrigatória em graduações e pós-graduações da área da saúde. Ela prepara os estudantes para trabalhar na área e garantir a sua própria segurança e a de toda a comunidade. Por isso, ao optar por um curso da área, verifique se há a abordagem desse tema em sua grade curricular. Esse é um passo que não pode ser deixado de lado quando você for estudar!
Além disso, há a opção de fazer cursos específicos na área de biossegurança. Assim, você poderá trabalhar na tomada de decisões para esse meio, além de fazer a vistoria e garantir que a implementação das normas esteja sendo feita adequadamente nos ambientes profissionais.
Na hora de escolher um curso, é fundamental que você tenha atenção aos seguintes pontos:
Por isso, tire sempre as suas dúvidas com a instituição de ensino e, se possível e necessário, busque informações sobre o curso e a faculdade a partir da opinião de ex-alunos e profissionais da área.
Enfim, podemos ver que a importância da biossegurança é refletida na variedade e complexidade de suas normas. Elas devem ser implementadas e fiscalizadas pelas instituições e seguidas pelos profissionais, garantindo a proteção de todos os envolvidos.
Portanto, é notável que a biossegurança deve compor as práticas educativas, sobretudo, nos cursos de pós-graduação na área da saúde. Isso porque esses profissionais estão entre os que mais podem ser expostos a riscos e a locais com potencial de causar danos às pessoas ou ao meio ambiente.
Então, gostou do artigo? Agora que você já sabe o quanto a biossegurança é importante, você pode conversar com seus colegas de profissão e pacientes.
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Categorias:carreira
Tags: biossegurança,
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