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A psiquiatria no novo milênio: O diálogo entre a psicopatologia e as neurociências

O diálogo entre a psicopatologia e as neurociências

A psiquiatria no novo milênio: O diálogo entre a psicopatologia e as neurociências

O fenômeno transtorno mental é tão antigo quanto a própria formação da civilização. É bem possível que a sua manifestação tenha afetado, não somente, uma parcela significativa das populações durante todos estes anos, como também tenha influenciado ações que interferiram nos rumos da história. 

Já foi conhecida por diversos nomes: frenite, loucura, alienação, doença ou distúrbio mental. Também diversas foram as teorias para tentar explicá-las. Já foi considerada uma influência de ações divinas, de possessões demoníacas, da evaporação de líquidos corporais, da ação da movimentação dos astros.

A medicina se desenvolveu, a partir da renascença, com base nos estudos de anatomia e fisiologia, aperfeiçoando seus métodos de investigação e suas práticas, abandonando as concepções pautadas meramente no conhecimento empírico.

Um novo modelo de explicação para a doença surgia. Mais pautado nas alterações da forma (anatômico), no funcionamento do organismo (patológico) e na interferência de diversos fatores sobre o corpo humano (etiológico). 

No entanto, a psiquiatria, especialidade da medicina dedicada ao estudo, diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais, por sua natureza mais complexa e inacessível aos recursos de investigação daquela época, não conseguiu se desenvolver na mesma velocidade que as outras especialidades.

Além disso, para que seus fenômenos complexos pudessem ser explicados, recorreu ao conhecimento de outras áreas distantes da medicina, adquirindo um caráter muito singular se comparado com as outras especialidades.

Da psiquiatria fazem parte como ciências subsidiárias a psicologia, a psicopatologia, a sociologia, a antropologia e a psicanálise, bem distintas e pouco participativas nas especialidades onde o modelo anátomo-patológico-etiológico foi mais determinante.

Isso, dentre outras coisas, resultou num certo afastamento do diálogo entre as outras especialidades médicas que perdurou por séculos.

Com o desenvolvimento tecnológico posterior ao final da segunda guerra mundial, sobretudo a partir da década de 80 do século XX, uma série de estudos com a utilização de meios diagnósticos de imagem, eletrofisiologia e química avançada cerebral, trouxe à tona um quantitativo de conhecimentos jamais antes visto sobre o funcionamento do fenômeno mente e cérebro e, por consequência, dos transtornos mentais.

A neurociência, esta nova disciplina, não somente trouxe maior compreensão sobre os processos “invisíveis” que causam os transtornos mentais, como também possibilitou o resgate da psiquiatria como uma especialidade verdadeiramente “científica”. Além disso, provocou uma verdadeira revolução na maneira com a sociedade enxerga o transtorno mental.

A intenção  é trazer à tona uma discussão sobre o que a psiquiatria utiliza com ferramenta mais tradicional de investigação clínica, no caso, a psicopatologia e como a interação com as mais modernas práticas de investigação e de intervenção (tratamento) na neurociência podem contribuir para o avanço no diagnóstico e no tratamento dos transtornos mentais.

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